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A gente de Troporiz (1/4)

[Texto de Felix Rodrigues Barreiros (Ortografia e gramática preservadas) - 2009]
Como todos sabem Troporiz sempre foi terra de muitos artistas, gente muito trabalhadeira, terra de muitos Moleiros como já falei, mas também de artistas como: Caçadores, Pedreiros, Carpinteiros, Marceneiros, Ferreiros, Sapateiros, Cesteiro e Costureiras...

A gente de Troporiz (1/4)

Ferreiros: Havia duas forjas, a do meu bom amigo e nosso regedor João Salgado, cuja alcunha era "grosso", no lugar de Rebouças, e o nosso também amigo Carlos Esteves cuja alcunha era "Carlinhos", esse no lugar do Souto, ambos gente muito boa. Nós, criança, no inverno muito gostávamos de ir para a forja tocar os foles, pois lá sempre estava mais quente por causa do fogo, mas tínhamos que tocar os foles e às vezes bater com a marreta para esticar o ferro, mas para nós garotos, era uma festa.


Sapateiros : no lugar do Alho tinha o Tio Manoel e seu filho Ismael. Também era ponto de muitos encontros, pois o lugar do Alho sempre foi a sala de Troporiz. Era um ótimo sapateiro aonde meu amigo Alberto aprendeu alguma coisa da profissão. O outro era no lugar do Souto, o Zé Tomba, pois veio de Troviscoso e aqui casou com a Maria da Cavalaria. No lugar da Mosqueira mais tarde abriu oficina o nosso amigo Tone Mosqueira, veio por em pratica o que aprendeu em Lara, salvo erro, com Lucas sapateiro aonde o Alberto também trabalhou com o Tone. Me lembro que os primeiros sapatos que fez foram para meu irmão Né, e ficaram mais ou menos.


Cesteiros: eu ainda conheci o cesteiro Velho, mas o mais popular no nosso tempo era o Tio Abrão. Depois de sua morte ficou o nosso amigo e irmão, Manoel Cesteiro, ótimos profissionais pois eram verdadeiras obras de arte, cestos e cestas para a agricultura. Esse Manoel, pai dos meus amigos Jacinto e Potinho.


Costureiras: a Tia Neves, as do Canelas, Maria do Joana e a Tia Conceição esposa do Armando da pinheira apelido "Porqueiro", pois vendia porco, e a Lucilia do Castro.


Pescadores: tinha um muito famoso que era o Joaquim do Raro, no inverno com o Rio cheio ficava na beira das presas, para ver as trutas saltarem e pegar os peixes, pois o Rio no inverno levava grandes cheias, e eram tantas e tamanhas que invadiam as margens do Rio. Além disso era ótimo tocador de concertina pois era só tornar uns copos que punha todas a mocidade a dançar na estrada, era muito bom e alegre.


Agora vamos lembrar essa gente idosa, muito respeitada na freguesia que a maioria já partiu, mas eu recordo com muita saudade, que quando garoto tinham uns bonzinhos mas outros zangados e maus, que tratavam as crianças daquela época com muito pouco carinho. Vamos começar por Subardelo, onde morava o nosso amigo Carlinhos e sua esposa Eulália, com seus filhos, e meu especial amigo, Norberto, Maria e Casimira. Como já falei, o Carlinhos era ótimo ferreiro. Me lembro que tinha um empregado chamado Zimbra, muito alegre e contador de muitas histórias e muito inteligente. Na Costa da Veiga tinha o Tio Maquedone, bom homem e sua esposa Tia Palmira, com os filhos Zé da Palmira, o Joaquim e Maria, esposa do Tio Grosso. Esse Joaquim morava em Friestas, bons carpinteiros. 


Um pouco acima, na Curva do Reina tinha o Tio Alfredo do Reina, bom homem trabalhador com a esposa Tia Covas, irmã do capitão Rocha(homem muito famoso e respeitado naquela época). Na Giesteira, a Tia Gloria mulher boa e boa doceira, que fazia ótimos papudos e roscas para vender nas festas e aos domingos. No inverno, vendiam castanhas assadas nas tabernas. Seu filho, que eu conheci, o Arlindo apelidado de Giada, trabalhava com meu Pai na fábrica. José e a Rosa, essa nossa contemporânea com muitas saudades. A seguir o Tio José Laranjeira, também carpinteiro, e sua esposa Tia Maria com os filhos Amadeu, Quinhas, Adriano e meu bom amigo, Joaquim Pistolas. Ainda tinha o amigo Virgilio, esse da minha idade era sobrinho criado com eles que veio a morrer na Argentina, minha avó Florinda de Souza e a bisavó Delfina, que ainda me lembro bem, os filhos Luiz, meu saudoso Pai Teotônio, Tio Joaquim, Tia Rosa, Mario e José (esse eu não conheci). Minha avó era ótima doceira e a Tia Rosa também, pois eram ótimas na feitura de roscas e papudos para vender nas festas, os filhos da Tia Rosa, Aires e Adão, que também carregavam os cestos dos doces para as festas às vezes longas distâncias.

[Continua]

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